Polícia

Caso Henry: Advogado deixa defesa dos suspeitos

André França Barreto, Advogado que representava Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho , no inquérito em que ele é investigado pela morte do enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, acabou de renunciar à defesa do vereador no caso. Em nota, ele alegou que a decisão tem o objetivo de “evitar conflito de interesse”, já que ele também representava Monique Medeiros da Costa e Silva, namorada de Jairinho e mãe do menino, que decidiu contratar outro escritório.

Coação de testemunhas

A Polícia Civil chegou a acusar André França de coagir testemunhas e obstruir a Justiça durante a atuação no caso. O advogado acumulou polêmicas, o que motivou uma representação junto ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ele nega.

No segundo depoimento que prestou na 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pelo caso, a babá Thayná de Oliveira afirmou ter sido pressionada pelo então defensor de Jairinho, que à época também defendia Monique, sobre o que diria no primeiro relato à polícia. Segundo a babá, em uma reunião no escritório de André, ele disse ser “católico como a declarante”, como consta no novo termo de declaração, e afirmou que ela, por acreditar em Deus, “tinha que falar para o mundo o quão pessoas boas eram Monique e Jairinho”.

No encontro, que também teve a presença da empregada doméstica da família, Leila Rosângela de Souza, que foi ouvida pela segunda vez nesta quarta-feira, Thayna relatou ter sido orientada pelo advogado a dar uma entrevista a um canal de televisão. André enumerou todas as respostas que deveriam ser dadas, e afirmou que a babá teria de dizer as mesmas coisas ao ser ouvida na delegacia.

Nesta quarta-feira, os novos advogados de Monique estiveram na 16ª DP. Thiago Minagé, Hugo Novaes e Thaise Mattar tiveram acesso ao conteúdo da investigação. Na saída da unidade, Hugo Novaes, um dos defensores da suspeita, afirmou que solicitou à polícia que também marque um novo depoimento de Monique: “A nossa estratégia é que ela diga a verdade.

A prisão de Monique foi a melhor coisa que aconteceu, foi a libertação contra a opressão e o medo. E a Monique precisa ser ouvida, até agora ela não falou por ela”, disse a advogada Thaise Mattar.

Nota enviada por André Barreto

“Desde o momento da outorga de poderes a este escritório por Jairo Souza Santos Júnior (Dr. Jairinho) e Monique Medeiros da Costa e Silva, a todo o momento os constituintes afirmaram a sua inocência, motivo pelo qual inexistia impedimento para a defesa conjunta de ambos. No entanto, no dia 12 de abril de 2021, a constituinte Monique nomeou um novo patrono.

Por tal razão, estes advogados, reafirmando a sua conduta ética, segundo a qual sempre pautaram a atuação, na forma do artigo 20 do Código de Ética da OAB, e após prévio entendimento com os dois, informam a renúncia ao mandato conferido pelos outorgantes, a fim de evitar eventuais conflitos de interesses”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio divulgou uma nota de apoio e solidariedade ao advogado André França Barreto, que vinha sofrendo ameaças por defender Jairinho. “O advogado jamais deve ser confundido com o seu cliente e deve sempre ser tratado com a dignidade compatível à função pública que exerce na correta administração da Justiça. A criminalização da advocacia apenas serve ao propósito daqueles que acreditam no Estado policial e autoritário, negando ao cidadão o direito de resistir ao abuso, ao excesso e ao arbítrio”, diz um trecho da nota.

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